the hands show the way of the heart

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Improvisational Patchworks

On
January 24, 2022

 



Celebrating irregularity, spontaneity, asymmetry and imperfectness.

Flores - by Sonal Nathwani

On
January 17, 2022




I love her work.

You can find it here.

Canção do tear celeste

On
January 10, 2022

 


Bichos como eu

On
January 06, 2022


Das coisas que mais gosto de fazer é enfiar o nariz na pele dos meus gatos. 
São uma espécie de receptáculos de amor. E eu, que nunca tive animais de estimação, vejo-me agora rendida aos seus gestos lânguidos. Derreto-me de cada vez que se alongam. Não resisto aos seus desmaios de amor por mim - deitados no chão quando chego a casa, de barriga descoberta para festas sem fim. 

Não sou dada a grandes reflexões sobre eles - sobre se são ou não família e essas coisas que as pessoas costumam dizer sobre os bichos.


Quero só que sejam felizes.


A vida é curta - a deles ainda mais. Mas o tempo não me chateia nada. Quero dizer: não me preocupa.

Qualquer que seja o tempo que tenho com eles é precioso. E chegará, certamente. Porque foi bem vivido.

Tecedeiras

On
January 05, 2022



"As mulheres são as fiandeiras e as tecedeiras; somos nós que giramos os fios e os transformamos em significados e padrões. Assim como os bichos-da-seda, criamos fios a partir da nossa própria essência, retirando as fibras fortes e finas dos nossos próprios corações e úteros. É hora de fazer novos fios; tempo para fortalecer as arestas selvagens do nosso próprio ser e tecermo-nos de volta para a nossa cultura. Uma vez que conheçamos os padrões que tecem o mundo podemos juntá-los novamente. As mulheres podem curar a terra estéril. Nós podemos refazer o mundo. É o que as mulheres fazem. Esse é o nosso trabalho."
Sharon Blackie

Half empty means that there is space to be filled.

On
January 05, 2022


Para mim o Natal é perceber o que quer nascer. O que quer viver. E o que é estar vivo. 


Indo ou não ao encontro de outros. Estando só ou acompanhado. A oportunidade de criar é sempre nossa.
Ao sentar-me numa mesa cheia sinto simbolicamente as necessidades que tive oportunidade de preencher. E isso faz-me sentir agradecida porque com mais ou menos dificuldade fiz o meu trabalho e esse trabalho deu frutos. Mas o melhor presente este ano foi ter aprendido a ficar mais em paz com a "mesa vazia". O espaço que contempla possibilidades sem fim. 


Fazer muito com pouco é uma arte que tenho vindo a aprimorar.

Acho que sempre tive em mim a capacidade de olhar beleza e recursos onde outras pessoas vêem escassez, lixo, coisas feias. Talvez porque tento não ficar presa a construções ou identificações demasiado fixas sobre as coisas. Quero descobrir o que é cada coisa na sua forma essencial, profunda, íntima.

Os finais de ano trazem-me sempre uma sensação estranha de solidão. Recapitulo espontaneamente o ano que passou. Aquilo que marcou mais uma passagem por este mundo.


Mas como diz a Marlee Grace: "YOU DO NOT HAVE 2 REFLECT OR PLAN. You can go your own way... I’d really like to just have today. I want to just be in today, pay attention to today, and have fun today."


Os planos são mapas. Mas acho que nunca fiz nenhuma viagem com o mapa na mão. (Está sempre guardado dentro da mala.)
Então, a minha única reflexão importante para este ano é só esta: quero mesmo continuar a nutrir esse prestar atenção ao hoje. Ao agora. O resto vai-se desvelando com o caminho.

Freedom - feeling grateful for another day

On
January 05, 2022


Sou pela liberdade.


Em momentos em que paira no ar a ameaça de que a minha liberdade poderá condicionar a dos outros, para mim é importante perceber se isso é mesmo assim. 

O que é mais egoísta? Qual das partes perde de facto mais liberdade? Que evidências existem de que há uma liberdade perdida?


Acho mesmo desafiante estar num lugar de compaixão, de respeito pela comunidade e pelo todo sem observar as partes.


A ética - entender na pele que não posso fazer ao outro o que não quero que me façam a mim - é o expoente máximo da empatia.

E a empatia tem a ver com uma identificação com o outro (quase uma repetição em voz alta do que outro sente e diz) que implica ser capaz de largar percepções e experiências pessoais. Implica, Ser o outro por alguns instantes - como numa peça de teatro. 


Aconteça o que acontecer, sou pela liberdade! E nisto não acho ser possível darmos a nossa vez, qual jogo das cadeiras em que quem vai ao ar perde o lugar.


Coação não é liberdade, vitimização não é liberdade, culpa não é liberdade... e na minha visão, a coisa mais importante de todas: Medo não é liberdade!


Desde há cerca de 2 anos que sinto que a minha liberdade não é completamente minha. E isso é estranho. Porque é quase como se tivesse que ter uma autorização para continuar a existir. Mas por outro lado também percebi que conquistei muito do que sou e do que tenho. Que construí um espaço que me permite ser livre mesmo que a liberdade enquanto conceito social deixe de existir. E que isso é um privilégio sem preço.

Assumo-o e aproprio-me desse privilégio porque acho que não há melhor maneira de honrá-lo.


Os anos passam e eu cada vez mais quero ser mais árvore, mais pássaro, mais gato. Mas sou humana. Esses quereres não passam de símbolos de coisas que quero materializar neste planeta Terra - ser firme, ser livre, ser aquilo que se vê. Raízes fortes, estáveis. Capacidade de dormitar ao sabor do dia, sem pressas. Voar com as minhas ideias. Ter sonhos.


Então, no fim, o que é ter-se a liberdade como se esta fosse uma coisa?

Para mim é só isto: "Vejo-me ao espelho e penso que ainda estou viva por mais um dia... Poder ter mais um dia para desfrutar da minha vida."


Não há nada mais simples. E simplicidade para mim é tudo.