the hands show the way of the heart

Image Slider

Showing posts with label Pregnancy. Show all posts
Showing posts with label Pregnancy. Show all posts

Parto

On
November 19, 2021


Talvez não sejam muitas as crianças que vêm ao mundo nas circunstâncias em que a Eva se deu à luz. Mas por um qualquer motivo, até hoje, nunca consegui escrever sobre isto do princípio ao fim. 

O nascimento da minha filha não foi traumático. Não me marcou de nenhuma forma negativa. Não me incapacitou de nada. Não me fez sentir só ou desamparada. Não me retirou poder. Não me roubou qualquer espécie de confiança.


No meu parto, eu servi apenas a Eva. E as restantes pessoas presentes serviram-me apenas a mim. Isso, tenho pena, parece ser um privilégio. 


Acho que ser mãe, desde que me lembro, é daquelas coisas que nunca duvidei que quis ser. E quando finalmente engravidei, eu estava pronta. Sabia exactamente o que queria e fiz tudo o que esteve ao meu alcance para conseguir ter um parto com o mínimo de instrumentalização possível. 


Com cerca de 8 meses disseram-me que com a minha Talassemia - anemia congénita - teria de ter o bebé no hospital. Na época vivia em Inglaterra e a minha ideia era ter o bebé num birth center. Telefonei para a minha médica em Lisboa e ela deu-me segurança dizendo que o meu corpo estava e está habituado a viver com anemia e que faria o meu parto em Lisboa caso fosse essa a minha escolha. 

Não pensei mais sobre o assunto. Metemo-nos num carro e viajámos durante uma semana. Cruzámo-nos com várias pessoas que achavam que eu teria o bebé a qualquer instante dado o tamanho da minha imensa barriga. Mas chegámos bem. E naquele momento parecia mesmo que a Eva estava também a apoiar a minha decisão.


Mentalizei-me que acontecesse o que acontecesse eu estaria disponível para receber a Eva sem anestesias, nem cortes, nem oxicitocina na veia. Vi documentários, li sobre o assunto, combati o medo da dor como pude. Sabia que ter confiança era só a ponta do icebergue e como tal sinto que fiz só uma pequena parte. O resto, deixei ir - entreguei ao mistério da vida.


As pessoas à minha volta diziam-me que não seria capaz e eu chegava a casa e fazia desenhos e afirmava para mim mesma que não havia nenhuma razão para não ser. Acreditei em mim e sobretudo acreditei que esta era a melhor maneira de ter a Eva. Eu ia dar-lhe isso. Ia dar-me isso. E ia ter fé no meu corpo. 

Mesmo que quando o momento chegasse desse tudo para o torto, até lá eu escolhia acreditar. 


A Eva foi um bebé grande e eu sou uma pessoa pequena. Tive no total 19 horas de trabalho de parto. Houve momentos em que achei que ia morrer e que não seria capaz. Duvidei de tudo o que previamente tinha acreditado. A dor era insuportável e parecia que estava a ser serrada em 2 (não estou a exagerar). É verdade que podia ter corrido tudo mal porque essa alternativa está sempre disponível. Mas o corpo permitiu. A Eva quis assim. E ao meu lado tive um homem que deu tudo dele - na mesma proporção que eu - para garantir que eu me sentia segura e absolutamente suportada nesse momento.


As pessoas que me acompanharam falaram baixinho. A luz era suave. E se houve algum momento de dúvida ou insegurança por parte de quem estava presente, ninguém o partilhou comigo. Tive as condições certas para poder estar o mais relaxada possível numa situação que à partida é bastante íntima, intensa, profundamente instintiva e até selvagem. 

A água ajudou. O pano pendurado no tecto ajudou. Não tocarem em mim sem o meu consentimento ajudou. Ter o Bruno presente ajudou. Poder beber água e comer ajudou. Dizerem-me que estava a fazer tudo bem ajudou. Confiarem em mim ajudou. Tirarem-me o cabelo dos olhos ajudou. Estarem apenas concentrados em mim ajudou. O silêncio ajudou. 


Talvez nunca tenha escrito sobre isto porque me sinto uma sortuda. E isso faz-me sentir um bocadinho envergonhada.  


Cada mulher deveria ter a possibilidade de desenhar o seu parto de sonho. Porque isto é tudo natural mas individualmente é uma experiência única e avassaladora. Que deixa marcas para sempre.


Quando estava quase a terminar e à medida que a dor ficava mais forte começou a correr um filme na minha cabeça. Sentia uma ligação. Uma empatia gigante. Como se a dor estivesse a abrir um espaço dentro de mim - não só para a Eva mas para outras coisas emergirem. Talvez pareça estranho e confuso mas eu estava só a surfar uma onda - cada contração era uma possibilidade de encontro: comigo, com a Eva, com todas as mulheres que já pariram


Naquele momento, estava tudo tão claro. Eu queria desistir mas não podia. Queria poder controlar qualquer coisa mas nada estava mais nas minhas mãos. A única coisa que era realmente importante era deixar-me atravessar pela experiência. Respirar. Gritar. Imaginar um mar que ia e vinha. Lembrar-me que a cada instante ficava mais próxima da minha filha. 


Não posso dizer que tenha sido fácil porque não foi. 

E não acho que as minhas circunstâncias pudessem ser as ideais para todas as mulheres. Mas foram as ideais para mim e por isso estarei sempre muito grata.


Há sempre um factor de risco, seja num parto domiciliar ou num parto hospitalar. 


Gostava que a minha experiência pudesse servir outras mulheres de forma positiva porque um parto na água não tem de ser uma excepção ou coisa de freacks. No meu ponto de vista deveria ser apenas mais uma possibilidade. 


No fim de contas acredito que todas escolhemos aquilo que nos faz sentir mais seguras. 

Eu fiz uma escolha e fui respeitada. 

Em qualquer situação, creio que isto é o mínimo que se pode dar ao outro.

Amar

On
May 04, 2018





Amar!

A-Mar.

Que até parece que diz: "Vamos todos ao Mar". Vamos todos atravessar as águas!

E na água não há limite. Não há pé. Não há tábua de salvação para nos agarrarmos. 

Pode-se tudo! Não se pode nada. (Não se pode mesmo nada.) 

Prefiro que não me falem sobre regras quando me falam de amor.


Sobre razões!


Sobre apego ou desapego. 

Sobre Dever. 

Sobre Precisar de Ser de uma determinada forma ou feitio. 

Eu acredito que se ama ou não se ama. Ou estamos prontos para entrar no mar alto ou não. 

E quando entramos no mar alto, é certo que temos de estar prontos para perder tudo.

Mas então aprendemos que os significados das palavras também são construídos por milhões de anos. Por milhões de histórias. Pela família, pela tradição, pela internet.

Que perder tudo afinal pode ser Ganhar Tudo. Ficar vazio, pode ser ficar cheio…

Amar é tudo o que quisermos que isso seja! 

Eu constrúo o significado das palavras que uso. 
Hoje, é esta a minha oração. 

---


Partilhei este texto há algum tempo atrás.


Eu e o Bruno atravessámos muitos mares e muitas marés para estarmos aqui, no lugar onde estamos.

5 anos depois de começarmos, continuamos a por muita coisa em causa sempre que há conflitos de partir pedra. Continuamos a questionar o que sentimos quando outras coisas nos apaixonam ou quando estamos cansados e sem esperança no nosso caminho juntos.

Não é ideal. Não é perfeito.
Mas é um dia de cada vez. Vivido com consciência e presença.
E sim, isso é muito bonito!

//



To love (In portuguese we say AMAR and if we separate the first letter "A" from "mar" we have a different meaning. "Mar" means sea!)

It seems like we are saying "Lets all go to the sea".

Lets all cross the waters.

In the water there's no boundaries. We can't touch the ground. There's no escape board that we can hang to.

We can everything. We can't nothing. (nothing at all).

I rather not to listen to rules when we talk about love.


Or reasons!

About attachement or detachment.

About duty.

About Needing to Be someway.

I believe that we love or we don't love. We are ready to get in the ocean or we are not.

And when we are at the deep ocean is certain that we must be ready to loose everything.

There we learn that the meaning of words are also defined by millions of years. Millions of stories. By family, tradition and also the internet.

Loosing everything can be earning everything. To be empty can be to be full...

Love is everything we want it to be!

I build the meaning of the words I use.
Today this is my prayer.

---



I shared this text a while ago.

Me and Bruno went through many seas and ties to be here where we are now.

5 years after we started we still put everything in check every time we have a hard conflict. We still question what we feel when other things catch our eye or when we are tired and hopeless about our path together.

It's not ideal. It's not perfect.
But is one day after another. Lived with consciousness and presence.
And Yes, that is very beautiful!

9 in 9 out and all that jazz

On
August 13, 2017

I could say so much about this last months. However it all comes to this. Eva is out :)

The first 6 months were completely lonely, hard and challenging. But after starting to eat things became easier... maybe because we both share our love for food while we do it!

At 9 months I finally started to let go. So many things changed. I was a different woman and Eva was a different baby and throughout the next year I will try to go deeper on this issue and on our story so far. I really want to tell you how my journey was during the first 9 months with Eva out of the belly.
Right now my time is still very short so I just leave this amazing picture Bruno took from me while I was daydreaming with my baby.  

She is 1 year already! She's amazing, funny and beautiful and oh so charming :) 
Can't wait to tell more!

/

Podia dizer tanto sobre estes últimos meses. No entanto, tudo se resume nisto: a Eva está cá fora :)

Os primeiros 6 meses foram completamente solitários, difíceis e desafiantes. Mas depois de começarmos com as comidinhas tudo ficou mais simples... talvez porque ambas partilhamos um grande amor pela comida.

Aos 9 meses comecei finalmente a largar. Thantas coisas mudaram. Eu era uma mulher diferente e a Eva um bébé diferente e durante o próximo ano tentarei ir mais fundo neste tema e na nossa história até aqui.
Quero muito contar-vos sobre a minha viagem durante estes 9 meses com a Eva fora da barriga.
Neste momento o meu tempo é ainda muito curto por isso deixo apenas esta bela fotografia que o Bruno me tirou enquanto eu sonhava acordada com a minha bébé.

Ela tem agora 1 ano e é maravilhosa, divertida, linda e ó tão charmosa :)
Mal posso esperar por escrever mais!

Candidíase na gravidez

On
September 15, 2016

O que eu aprendi durante o último trimestre de gravidez:

Ao escrever a palavra candidíase dou-me conta do pudor que sinto em falar abertamente sobre o tema. (Não sei exactamente porquê.)
No entanto, segundo o que tenho lido, 70% das mulheres, nalgum momento da sua vida, irão ter candidíase. E isto é mesmo importante para desmistificar as coisas e poder falar abertamente sobre isto.

Não falar sobre algo só aumenta o desconhecimento e o secretismo e eu sinto que gostava que alguém tivesse partilhado comigo aquilo que aqui partilho convosco. 

Durante a gravidez, com as imensas alterações hormonais, a candidíase é extremamente comum.

Tenho observado que a maior parte dos sites começa com uma longa descrição sobre esta condição por isso não vou alongar-me por aí.
Para mim o mais importante foi, primeiro, entender quais as soluções que estavam ao meu alcance. Segundo, que situação ou situações/ emoções fizeram com que ela se desenvolvesse dentro de mim.

O corpo tem uma forma muito particular de se expressar. E é preciso escutar atentamente cada sinal que ele nos dá. Sobretudo quando é algo que acontece de dentro para fora, acredito que é mesmo muito importante tentar compreender que fragilidade é que está viva nesse momento. O que é que me tornou vulnerável?

Há uma série de livros que descrevem a candidíase como algo sexual, que poderá estar associado a questões de controlo e de expectativa. Esperar algo da relação, não estar a dar o suficiente ou não estar a receber aquilo que se espera. Outros associam-na a sentimentos de ressentimento... E por aí fora.
Pela minha parte, senti que nada disto me ajudava a curar de facto o que poderia estar a acontecer-me.

Acho que qualquer situação que o corpo comunica precisa de profunda compaixão. Profundo amor. Profunda paciência. Não serve de nada começar um processo de cura a partir de um pensamento negativo. De um sentimento de angústia ou de culpa, de que se fez algo de errado ou de que há algo de errado a acontecer-me.

Então aquilo que tenho para dizer é apenas isto: caso tenhas candidíase nalgum momento da tua vida procura dentro de ti as razões. Elas não vêm em nenhum livro. Procura o que está vivo. O que emerge.
O que é que dói? O que é que precisa de ser apaziguado?

A candidíase vive de energia, como tudo o resto na vida.
E mais do que tentar encontrar "responsabilidades", é interessante procurar conhecer melhor que energia é essa.
Que se sente na base do corpo. Na raíz – que é a sua casa. O lugar a partir do qual se cria, se constrói algo.

Por um lado, isso! Por outro, entender e aceitar que, apesar de todos os desconfortos, ela não é uma inimiga. Ela é, quanto muito, uma mensageira.
Se eu cuidar da minha casa – do meu corpo e do meu espírito – ela vai desaparecer. É preciso confiar nisto. E cuidar. Cuidar muito das emoções.
Alimentar-me bem. Beber muitos líquidos. Limpar os açucares o máximo que conseguir. Procurar ajuda. Permitir-me sentir prazer sem culpa – seja a dormir, a comer, a fazer amor ou a ficar em pausa. Abrir-me a qualquer forma de cuidado que seja importante para mim e não duvidar de que mereço isso. Mereço o amor e a atenção que estou a dar a mim mesma.

Na internet encontra-se tudo o resto.
Mas, para mim, o mais importante era mesmo trazer este tema à superfície. Falar sobre ele sem medos. Libertar-me da cena negativa implícita em quase todos os posts que li e – ufa – criar alguma respiração. Criar espaço. Ar!

Está tudo bem (e isto não sou em negação). Acredito mesmo que a única coisa que é preciso é ouvir a linguagem simbólica e não verbal do corpo e ir agindo em conformidade com a história que estamos a contar a nós mesmos ou que queremos contar a nós mesmos!

O que é que eu quero dizer com isto?!

Todas as coisas são histórias... que cada um ouve, aprende, constrói. Mudar a história que se repete em mim é mesmo muito difícil, porque me habituei a ela... a ponto de muitas vezes não saber exactamente quem é quem.
Eu sou aquilo que vivi? Sou aquilo que me disseram que eu sou? Serei todas essas coisas juntas?
Bom. Na realidade, isso não é muito importante. É importante compreender qual é que é a história (e isto é trabalho para toda a vida, digo eu).
No entanto, caso surja o convite – através de uma doença ou de um conflito ou até de um desejo profundo de que isso aconteça –, podemos tentar mudar a história. Escrever uma nova ou adicionar um outro capítulo diferente.

O corpo convida ao movimento. E a mudança é parte integrante do movimento.
Podemos escolher não nos movermos. Mas também podemos escolher caminhar. Ou dançar.
E quando se caminha para a frente já não é possível caminhar-se para trás. Quando se dança eu diria que é impossível ficar imóvel.
Mesmo que olhemos para trás, a própria perspectiva daquilo que vemos altera-se com o nosso caminhar.

Então, conhecer a nossa história e entendê-la como uma história e não como um peso que atravanca a vida, é algo precioso.

Eu hoje sinto-me muito mais livre!
E percebi que no meu caso a candidíase esteve relacionada com 2 momentos particulares em que aceitei duas intervenções no meu corpo com as quais não estava confortável. Dizer que não também é um trabalho para a vida!

/

What I learned during the last trimester of pregnancy:

When writing the word candidiasis I realize the shame I feel when speaking openly about the subject. (I don't know exactly why.)
However, according to what I've read, 70% of women at some point in their lives, will have thrush. And this is really important to demystify things and be able to talk openly about it.

To be silent about something only increases ignorance and secrecy about those issues and I feel like it would have been important that someone had shared with me what I am about to share with you here.

During pregnancy, with the huge hormonal changes, candidiasis is extremely common.

I have observed that most of the websites begins with a long description of this condition so I will not dwell there.
For me the most important thing was to first understand what solutions were within reach. Secondly what situation or situations/ emotions had caused it.

The body has a very particular way of expressing itself. And we have to listen carefully every sign that he gives us. Especially when it is something that happens from the inside out, I believe it is really important to try to understand the vulnerability that is alive at that time. What made me more fragile and open to it?

There are a number of books describing candidiasis as something sexual that may be associated with control issues and expectations. Expect something of the relationship, not to be giving enough or not be receiving what is expected. Others associate it to feelings of resentment... and so on.
I felt that none of this really helped me to heal.

I believe that whatever the way the body chooses to communicate itself needs deep compassion. Deep love. Deep patience. There is no point starting a healing process from a negative thought. A feeling of anxiety or guilt. The sensation that we did something wrong or that there is something wrong happening to me.

So what I have to say is just this: in case you had or have candidiasis at some point in your life look for your own reasons. They don't come inside any book. 
Seek what is alive. What emerges. What hurts? What needs to be appeased?

Candidiasis lives of energy – like everything else in life.
And rather than trying to find "responsibilities", it is interesting to try to know better what that energy is.
It's about the base of the body. The root – our home. The place from which we create and build something.

On one hand this is important! On the other, understanding and accepting that despite all the discomforts the thrush is not an enemy. It's like a messenger.
If I take care of my house - my body and my spirit - it will disappear. You have to trust it. And take care. Take deep care of the emotions.
Eat well. Drink plenty of fluids. Clean the sugars out of your body as much as possible. Search for help. Allow pleasure without guilt – sleeping, eating, making love or be paused for a while. Open to any form of care that is important to yourself and have no doubt you deserve it. 

I deserve the love and attention I'm giving myself.

In the Internet you can find everything else.
But for me the most important was bring this topic to the surface. Talk about it without fear. Freeing myself from the implied negative scene I read in almost all the posts...  create some breathing. Create space. Air!

It's okay (and I am not in denial)! 
I really believe that the only thing we need is to listen to the symbolic and non-verbal body language and act accordingly with the story we tell ourselves!

What I mean by "story we tell ourselves"?!

All things are stories ... that each person listen, learn and build in one's own way. Change the story that I repeat inside myself is really hard, because I got used to it... so much that often I don't know exactly who I am.
I am what I experienced? I am what I am told that I am? I am all of these things together?
Well in fact this is not very important. It is important to understand what is the story (and this is a job for a lifetime, I believe).
However, it's like an invitation from the body. Through an illness or a conflict or even a deep desire to make it happen - we can try to change the story. Write a new one or add a different chapter.

The body invites the movement. And the change is an integral part of the movement.
We can choose not to move. But we can also choose to walk. Or dance.
And when you walk forward it is no longer possible to walk back. When you dance I would say that it is impossible to stand still.
Even if we look back, the very perspective of what we see changes with our walk.

So, knowing our story and understand it as a story and not as a weight that encumbers life is precious.

Today I feel much freer!
And I realized that in my case candidiasis was related to two particular moments when I accepted interventions in my body which I was not comfortable with. Saying No is also a job for a lifetime!

All is full of love

On
July 09, 2016

#Décima sétima semana em inglaterra

No início da gravidez tive este sonho, em que a minha professora de yoga e amiga me cantava esta música (que coincidentemente é do albúm Joga da Bjork).

É tão simbólico tudo isto, deste momento de profunda rendição que estou a viver.
Aprender a confiar em todas as formas de amor.
Descobrir a sua fonte em cada movimento.


#Seventeenth week in the UK

In the beggining of the pregnancy I had this dream where my yoga teacher and friend was singing this song (coincidently from the album Joga from Bjork).

It's so symbolic all of this in this moment of deep surrender I am living.
Learn how to trust all forms of love.
Find out about their source in every movement.



Give birth to your images

On
June 15, 2016


#Décima quinta semana em Inglaterra



#Fifteenth week in the UK


Abril

On
May 03, 2016

#décima terceira semana no uk

"You don't have to go looking for love when it's where you come from."
W. Erhard

Eu e a minha barriga.
A descoberta de um amor por ela e de um amor por mim enquanto mulheres.
E não precisar de ir mais longe, porque está já aqui. No corpo.

Percebi que pensei que era um rapaz porque temia a realidade de ser mulher.  De forma inconsciente, entreguei o meu poder a essa ideia de que sou mais fraca ou de que coisas terríveis podem acontecer-me por ser quem sou. E de repente recebo este presente da vida – que não poderia vir de forma mais sublime do que esta –, ensinar-me sobre força e sobre confiança.

Confiança para enfrentar medos invisíveis. Bichos sem cabeça que mesmo assim se vão alimentando do mais fundo de mim sem que eu alguma vez consiga escutar o seu nome.

Mas as sombras têm sempre uma forma muito subtil e particular de se mostrarem. Alongadas, disformes, gigantes ou pequeninas, diferentes daquilo que realmente são. Na realidade, apenas importa reconhecer que elas são visíveis à luz do dia. 
E que este bébé acendeu sobre mim uma luz imensa.

Quando olho para as paredes de mim mesma, vejo tudo! Tudo exposto. Crú. Medos e preocupações e sombras. Os lugares desconhecidos emergem magicamente para a superfície. 

Apesar de assustador, isto é tudo muito belo. E dá-me pistas.
Porque nem tudo o que mete medo é feio. Muito pelo contrário.

Agora, caminho com confiança de que há um poder interior que pode acontecer na fuga ou no confronto das coisas que tememos. Tanto faz.
Há uma hora em que uma escolha é feita. E em momento algum eu devo duvidar da minha opção de fazer escolhas, mesmo quando isso parece ser algo impossível.


#Thirteenth week in the UK

"You don't have to go looking for love when it's where you come from."
W. Erhard

Me and my belly.
The discovery of this deep love for her and myself as women.
And understanding that there is no need to go further. Because this is already here. In the body.

I notice that I thought it was a boy since the beginning of my pregnancy because I was afraid of the reality of being a woman. Unconsciously I gave my power to this idea that I am weaker or that terrible things can happen to me because I am who I am. I then I receive this present from life – that couldn't be more sublime than this – to teach me about strength and trust.

Trust to face invisible fears. Headless monsters that even this way are able to feed from the bottom of myself before I can ever listen to their names.

But shadows always have this particular and subtle way of showing off. Long, without a shape, giants or small, different from what they truly are. In reality what matters is to recognise that they are visible in the daylight.
And this baby just light this immense light over me.

When I look to the walls of myself I can see everything! Everything exposed. Raw. Fears and concerns and shadows. The unknown places magically emerge to the surface.

Though is scary this is all so beautiful. And give me so many clues.
Because not everything that is scary is ugly. Actually it can be the opposite.

Now there is a path of trust that there is an inner power that can happens while we run or while we confront the things that we fear the most. It doesn't matter.
There is a time to make a choice. And I never should doubt the option of making choices even when that seems impossible. 

Corpo lugar sagrado

On
April 30, 2016

#Décima segunda semana em Inglaterra

Semana em Lisboa.
Correr de uma pessoa para outra, de um lugar para outro, de uma comida para outra.

Tentar não correr e aproveitar a minha cidade preferida no mundo para descobrir que vamos ter uma menina :)

Comprar lãs e mais lãs e abraçar os amigos, que me fazem tanta falta.

Começar a aprender a receber o amor e o carinho das pessoas tal como elas sabem dar sem perder o limite da minha pele. Ou seja, cuidar das relações, mas não me esquecer de cuidar de mim – que é aliás o primeiro passo para verdadeiramente conseguir cuidar das relações.

Entender que de cada vez que alguém com quem não tenho essa tal ligação de pele (sim, eu acho que isso existe) quer tocar com entusiasmo na minha barriga – como se ela fosse um pouco sua –, eu tenho o direito de dizer não... E, embora ainda não tenha conseguido fazê-lo, esta experiência trouxe-me imensas notícias sobre mim e sobre a minha responsabilidade de servir também este bébé nesse sentido. De servir os limites de que ela me for sinalizando, da melhor forma que conseguir. E de partilhar com ela essa capacidade de escuta dela mesma, daquilo que ela precisa para si.


#Twelfth week in the UK

Week spent in Lisbon.
Running from one person to another. One place to another. One food to another.

Try not to run at all and just enjoy my favorite city in the world to find out that we are going to have a girl :)

Buy yarn and more yarn and hug my friends that I miss so much.

Start to learn how to receive the love and care that people want to give the way they want to give without loosing the limit of my own skin. Meaning: take care of my relations but still remember to take care of myself – which is actually the first step to truly be able to take care of my relations.

Understand this every time someone with whom I don't have this skin connection (yes I believe there is such a thing) wants to touch in my belly – as if my belly was also a bit theirs – I have the right to say no... And even though I am not able to do that still

Dois corações

On
February 28, 2016


#Quinta semana em Inglaterra

A vida com dois corações dentro de mim apresenta-se nova, desconhecida, surpreendente.

Há um bébé que pulsa e dança e cresce na minha barriga e eu vou conhecendo quem ele é através de mim própria. Das emoções que fluem. Da tristeza que corre sem eu perceber bem porquê. Das preocupações que emergem. Do amor, que protege e cuida de mim e dele ou dela.

Fazer esta viagem no início da minha primeira gravidez está a ser uma gestação completa. De dentro para fora. E eu só posso agradecer por este bébé – que é pássaro, baleia, flor silvestre – ter escolhido embarcar comigo e com o Bruno agora, neste momento tão incerto das nossas vidas. 

Ele/ela vem ensinar-nos qual é o verdadeiro sentido de entrega e confiança. Então seguimos os três, a dançar na água morna, à espera das revelações do parto, da vida e do mundo.


#Fifth week in UK

Life with two hearts presents itself new, unknown, surprising.

There is a baby pulsating and dancing and growing inside my belly and I am understanding who he/she is through myself. From the flowing emotions. From the sadness that runs even when I don't understand why. From the preoccupation that emerge. From the love that protects and nurtures me and he or she.

Doing this trip in the beginning of my first pregnancy is being a complete gestation. From inside out. And I can only be thankful for this baby – who is bird, whale, wild flower – had chosen to come with me and Bruno now during this uncertain moment of our lives.

He/ she comes to teach us what is the true meaning of surrending and trust. So the three of us keep on going. Dancing in the warm water. Waiting for the revelations o birth, life and the world.