Quando era pequenina adormecia a rezar que queria ser a melhor pessoa que conseguisse.
Era assim como uma espécie de promessa que eu fazia todos os dias a mim mesma e aos outros.
Há cerca de 5 anos, numa viagem à Índia, percebi que essa promessa me limitava. Não por eu não querer continuar a ser uma boa pessoa. Mas porque finalmente percebi que achava que só o era se os outros também pensassem o mesmo.
Ser bom afinal implicava aprovação externa. E consequentemente, implicava também acreditar que era necessário tentar fazer sempre tudo bem para toda a gente gostar de mim – não necessariamente por aquilo que eu era, mas por aquilo que eu achava que os outros desejavam que eu fosse.
Nalgum momento também percebi que este "síndrome da boa rapariga" era muito muito antigo. E lembrei-me que tudo isto estava ligado apenas a uma coisa:
O desejo de ser amada. O desejo de ser aceite.
Quando somos pequeninos, vamos sendo condicionados a agir e a pensar de acordo com uma série de regras que a nossa família traz consigo e que quer transmitir-nos. Os Valores!
Esses valores variam de família para família e a forma como chegam até nós também varia. Ou seja, a forma como cada pessoa vivencía essas referências e se adapta a elas é muito pessoal.
No meu caso, por força do meu carácter, eu entendi que se fizesse sempre tudo bem as pessoas de quem eu gostava iam gostar mais de mim. E que se eu não fizesse sempre tudo bem eu não receberia o seu amor, aprovação, aceitação, carinho.
A minha percepção de amor incondicional era extremamente condicionada. E ficou como que acoplada ao elogio. À ideia de que só há amor quando há perfeição.
Hoje em dia eu ainda me debato com estes "valores". E embora tenha incorporado na minha vida esta ideia de perfeição com muita tranquilidade. O que quero partilhar convosco, mais do que o que eu sinto em relação a tudo isto, é: o que mudou.
Que ferramentas é que eu uso para me preocupar menos em ser "a boa rapariga" e tentar cuidar da minha auto-estima de forma a que, nos momentos em que acham que eu não fui suficiente, eu consiga lembrar-me de 3 coisas:
- EU (quem é que eu Sou);
- CENTRO (conexão com o meu poder pessoal);
- AMOR (eu sou capaz de responder às situações a partir de um lugar de amor, por mim mesma e pelos outros).
Nem sempre consigo. Mas estes três mantras ajudam-me a voltar a mim. A não colocar o foco no outro. E apoiada pelos valores e pelas intenções que fui construindo, conecto-me com o que é importante para mim em cada momento. Sem despender a minha energia no que está certo ou errado. No bom ou no mau.
Todas as minhas acções têm consequências e nem sempre estas são previsíveis ou aquelas que eu gostaria. No entanto, como é que eu uso as minhas promessas para dar maior significado à minha vida e à dos outros?
Hoje, sempre que consigo passar a perna ao meu ego, concentro-me nestes 3 aspectos de que vos falei. E abro mão do controlo.
Liberto a necessidade de ser amada e troco-a pela profunda crença de que EU SOU AMADA. SEMPRE. Nem que seja por mim mesma :) Com presença e com confiança.
Gostaria muito de saber como é que tu construíste as tuas crenças. Que valores são o teu norte? Quando parece que tudo à tua volta diz não, como é que tu dizes Sim?
Muito obrigada.
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When I was little, I used to fall asleep praying to to be the best person I could.
It was a kind of promise that I was making to myself and to others every day.
About five years ago, on a trip to India, I realized that this promise was keeping me stuck. Not because I don't want to continue to be a good person. But because I finally realized that I thought I was only good when others thought the same. Being good after all implied external approval. And consequently, it also implied that it was necessary to try to do everything right for everyone to like me - not necessarily for what I was, but for what I thought others wanted me to be.
At some point I also realized that this "good girl syndrome" was very very old. And I remembered that all this was connected to only one thing:
The desire to be loved. The desire to be accepted.
When we are children we are conditioned to act and think according to a series of rules that our family brings with them and that they want to transmit to us. The values! These values vary from family to family and the way they arrive to us also varies. Meaning the way each person lives these references and adapt to them is very personal. In my case, because of my character, I understood that if I always did well, the people I like would like me better. And that if I stopped doing everything right I would not receive their love, approval, acceptance, affection.
My perception of unconditional love was extremely conditioned. And it was as if attached with the idea of receiving compliments. To the idea that there is only love when there is perfection.
Nowadays I still struggle with these "values". And although I have incorporated into my life this concept of perfection with great tranquility. What I want to share with you, more than what I feel about all this, is: what has changed. What tools do I use to worry less about being the "good girl" and trying to take care of my self-esteem so that at times when I think I have not been enough I can remember three things:
- I (who I am);
- CENTER (connection with my personal power);
- LOVE (I am able to respond to situations from a place of love, for myself and others).
I can't always do this. But these three mantras help me get back to me. Not to focus on the other.
And supported by the values and intentions I've been building, I connect myself with what's important to me in each moment. Without spending my energy on what is right or wrong. Nor good or bad.
All my actions have consequences and these are not always predictable or as I would wish. However, how do I use my promises to give greater meaning to my life and to others?
Today, whenever I can let go of my ego, I focus on these 3 aspects I have told you. And I give up control. I release the need to be loved and change it into the deep belief that I AM LOVED. ALWAYS. Even if just by myself :) With presence and with confidence.
I would love to know how you built your beliefs. What values are your north? When it seems like everything around you, no, how do you say Yes? Thank you.