Enquando escrevo cartas à terra, páro para ler o Manuel Zimbro.
"...
quando esse miligrama de milagre, que é o relacionamento entre os homens, é
reduzido à negação do ócio — neg-ócio,
quando essa fábrica de "necesidades" — o progresso — tudo fabrica em nome do mais carnudo ou confortável
tornando os apetites mais mecânicos, violentos, insaciáveis,
quando o mundo grita de dor e ao mesmo tempo é explicado pela lógica de uma
equação,
quando a Vida se torna o vício da "competitiva experiência de viver",
quando a sabedoria é uma acomulação pessoal de saberes,
quando o luto se torna um hábito
e a beleza um padrão
quando não há meio de se reconhecerem outros meios,
quando o ser é um consumidor e a água um produto,
é desculpável que me volte para o contingente coaxar das rãs, ou para a leve
gratuidade de um torrão de terra
que é o mesmo que me voltar "para a fortuita tagarelice dos pássaros ou para o
longínquo contrapeso dos astros",
e que, enquanto houver rãs, pássaros, astros, torrões de terra...
procure o caminho (meio)
não para "regressar às origens" nem para fugir à distracção
mas para atender plenamente ao que Agora faço Aqui, seja isso ou eu o que for
já que estar atento — a única coisa que devo fazer — não deve nem pode ser feito
por outro
...
"
sublime. ♥
ReplyDeleteobrigada ^_^
Delete