the hands show the way of the heart

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Corpo lugar sagrado

On
April 30, 2016

#Décima segunda semana em Inglaterra

Semana em Lisboa.
Correr de uma pessoa para outra, de um lugar para outro, de uma comida para outra.

Tentar não correr e aproveitar a minha cidade preferida no mundo para descobrir que vamos ter uma menina :)

Comprar lãs e mais lãs e abraçar os amigos, que me fazem tanta falta.

Começar a aprender a receber o amor e o carinho das pessoas tal como elas sabem dar sem perder o limite da minha pele. Ou seja, cuidar das relações, mas não me esquecer de cuidar de mim – que é aliás o primeiro passo para verdadeiramente conseguir cuidar das relações.

Entender que de cada vez que alguém com quem não tenho essa tal ligação de pele (sim, eu acho que isso existe) quer tocar com entusiasmo na minha barriga – como se ela fosse um pouco sua –, eu tenho o direito de dizer não... E, embora ainda não tenha conseguido fazê-lo, esta experiência trouxe-me imensas notícias sobre mim e sobre a minha responsabilidade de servir também este bébé nesse sentido. De servir os limites de que ela me for sinalizando, da melhor forma que conseguir. E de partilhar com ela essa capacidade de escuta dela mesma, daquilo que ela precisa para si.


#Twelfth week in the UK

Week spent in Lisbon.
Running from one person to another. One place to another. One food to another.

Try not to run at all and just enjoy my favorite city in the world to find out that we are going to have a girl :)

Buy yarn and more yarn and hug my friends that I miss so much.

Start to learn how to receive the love and care that people want to give the way they want to give without loosing the limit of my own skin. Meaning: take care of my relations but still remember to take care of myself – which is actually the first step to truly be able to take care of my relations.

Understand this every time someone with whom I don't have this skin connection (yes I believe there is such a thing) wants to touch in my belly – as if my belly was also a bit theirs – I have the right to say no... And even though I am not able to do that still

Cotton candy

On
April 30, 2016



#Décima primeira semana em Inglaterra

Teia de algodão.
Experiências e desencontros. Desmanchar e começar de novo. Deixar fluir porque o tamanho que era afinal já não é.

Não há forma mais bonita de viver a tecelagem do que deixar acontecer aquilo que precisa de acontecer, independentemente dos projectos e das expectativas.

Este tecido ainda não tem aplicação. Está à minha espera :)


#Eleventh week in the UK

Cotton warp.
Experiments and follow backs. Unravel and start all over again. Go with the flow because the size is no longer what it was suppose to be.

There is no nicer way to live weaving than to let what is needing to happen to happen no matter what is the project or the expectation.

There is no application for this fabric yet. It is on hold waiting for me :)

Espalhar sementes

On
April 30, 2016


#Décima semana em Inglaterra

O trabalho faz-se. No seu ritmo. Ao meu ritmo.
Às vezes mais lento do que eu gostaria – ainda estou a aprender a ser paciente com isso e a aceitar com profunda compaixão aquilo que não tenho forma de mudar em mim.

Tenho contactado com o meu censor (aquele que censura).
Nesta espécie de retiro que estou a viver, o tempo não é o meu maior inimigo. Aquilo que eu acho que devo fazer com ele, sim, é! E preciso lembrar-me de como respirar.

Respirar. Trazer ar. Reconhecer a pausa entre a inspiração e a expiração. Acolher e libertar aquilo que vem e aquilo que vai.

Então volto aos pássaros. Que constroem laboriosamente o seu ninho. Sem perguntarem quanto tempo demoram ou quanto tempo têm.

Não há maior lição de estar em consciência plena do que esta. Fazer o ninho.
Por isso, no fim-de-semana da minha décima semana no UK, fui até ao jardim deixar as minhas sementes – as lãs que estou a usar no meu trabalho – para futuros ninhos.
A junção entre o meu e o trabalho deles. A casa que cada um constrói.
Eu observo. E devolvo à natureza um pouco dos recursos que ela me dá, todos os dias.

#Tenth week in the UK

The work is being done. At its pace. At my pace.

Sometimes slower than I wish – I am still learning to be patient with that and to accept with deep compassion what I can not change in myself.

I have in contact with my censor (the one that censors).
In this kind of retreat that I'm in time isn't my enemy. But what I think I should do with it it is! And I need to remember how to breath.

Breathing. Bring air. Recognise that pause between the inhalation and exhalation (which in portuguese is more like inspiration and expiration). To welcome and let go of what comes and what goes.

So I return to birds. That build with such hard work their nests. Without asking how long it is going to take or how much time do they have.

There is no greater lesson of mindfulness than this one. To build a nest.
That's why in my tenth week in the UK I went to the garden to leave my seeds – the scraps of yarn that I am using at my work – for future nests.
My work and their work together. The house that each one of us is building.

I observe. And return to nature a bit of the resources she shares with me everyday.