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Teia da vida

On
May 03, 2016

#Décima quarta semana em Inglaterra

Ultimamente tenho pensado sobre como é que posso partilhar mais os meus pensamentos. As coisas que são importantes para mim. Que me nutrem e me fazem avançar na vida cada dia com mais sentido de abundância, a todos os níveis.

Na décima quarta semana por aqui percebi a importância da fluidez da teia. Dessa estrutura que é afinal tão pouco rígida – algo que até pode ser contraditório mas que na realidade não é.

Fiz algumas vezes um exercício em que num fio vou colando missangas, papéis e outros elementos simbólicos de forma a conseguir contar a minha história. Constrúo essa linha da vida e partilho-a com alguém a seguir.
Tive experiências muito belas de troca através deste movimento.
Permitiu-me reflectir sobre o que é relevante na minha vida, aquilo que eu acho que merece ser contado e dar-me conta de como é interessante que até agora nunca ninguém deixou a linha vazia e disse: vou começar tudo de novo.

No entanto, a linha tem sempre essa possibilidade de infinita renovação. Apesar da sua forma e da sua estrutura natural. Tal como a teia – que não é mais do que a soma de várias linhas – ela tem uma fluidez que preciso trazer presente comigo em cada momento. Então, começo a urdir teias ao sabor do vento. A tecer com intenção e foco nesse prazer de me permitir descobrir o que quiser ser mostrado.

Como diz a Julia Cameron: “Leap, and the net will appear.”


#Fourteenth week in the UK

Lately I've been thinking about how can I share more of my thoughts. Things that are important to me. That nurture me and make me step forward in life everyday with more sense of abundance.

In my fourteenth week in here I understood the fluidity of the warp. That structure that is not rigid at all – something that might seem a contradiction but it isn't.

I did a few times an exercise with a thread where I put beads, papers and other symbolic elements with the purpose of telling the story of my life. I built this life line and share it with someone else.
I had such beautiful shares through this movement.
Allowed me to think about what's important in my life. About what I think it's worth being told and noticing how interesting it is that until now no one left the line empty and said "I'm going to start over.".

However, the line always have this possibility of infinite renovation. Despite the shape or structure. Just like the warp – which is the sum of several lines – it has a fluidity that I have to maintain present in myself at every moment. So I am just creating the warps as I go. Weaving with intention and focus on that pleasure of finding out what wants to be shown.

As Julia Cameron says: “Leap, and the net will appear.”

Abril

On
May 03, 2016

#décima terceira semana no uk

"You don't have to go looking for love when it's where you come from."
W. Erhard

Eu e a minha barriga.
A descoberta de um amor por ela e de um amor por mim enquanto mulheres.
E não precisar de ir mais longe, porque está já aqui. No corpo.

Percebi que pensei que era um rapaz porque temia a realidade de ser mulher.  De forma inconsciente, entreguei o meu poder a essa ideia de que sou mais fraca ou de que coisas terríveis podem acontecer-me por ser quem sou. E de repente recebo este presente da vida – que não poderia vir de forma mais sublime do que esta –, ensinar-me sobre força e sobre confiança.

Confiança para enfrentar medos invisíveis. Bichos sem cabeça que mesmo assim se vão alimentando do mais fundo de mim sem que eu alguma vez consiga escutar o seu nome.

Mas as sombras têm sempre uma forma muito subtil e particular de se mostrarem. Alongadas, disformes, gigantes ou pequeninas, diferentes daquilo que realmente são. Na realidade, apenas importa reconhecer que elas são visíveis à luz do dia. 
E que este bébé acendeu sobre mim uma luz imensa.

Quando olho para as paredes de mim mesma, vejo tudo! Tudo exposto. Crú. Medos e preocupações e sombras. Os lugares desconhecidos emergem magicamente para a superfície. 

Apesar de assustador, isto é tudo muito belo. E dá-me pistas.
Porque nem tudo o que mete medo é feio. Muito pelo contrário.

Agora, caminho com confiança de que há um poder interior que pode acontecer na fuga ou no confronto das coisas que tememos. Tanto faz.
Há uma hora em que uma escolha é feita. E em momento algum eu devo duvidar da minha opção de fazer escolhas, mesmo quando isso parece ser algo impossível.


#Thirteenth week in the UK

"You don't have to go looking for love when it's where you come from."
W. Erhard

Me and my belly.
The discovery of this deep love for her and myself as women.
And understanding that there is no need to go further. Because this is already here. In the body.

I notice that I thought it was a boy since the beginning of my pregnancy because I was afraid of the reality of being a woman. Unconsciously I gave my power to this idea that I am weaker or that terrible things can happen to me because I am who I am. I then I receive this present from life – that couldn't be more sublime than this – to teach me about strength and trust.

Trust to face invisible fears. Headless monsters that even this way are able to feed from the bottom of myself before I can ever listen to their names.

But shadows always have this particular and subtle way of showing off. Long, without a shape, giants or small, different from what they truly are. In reality what matters is to recognise that they are visible in the daylight.
And this baby just light this immense light over me.

When I look to the walls of myself I can see everything! Everything exposed. Raw. Fears and concerns and shadows. The unknown places magically emerge to the surface.

Though is scary this is all so beautiful. And give me so many clues.
Because not everything that is scary is ugly. Actually it can be the opposite.

Now there is a path of trust that there is an inner power that can happens while we run or while we confront the things that we fear the most. It doesn't matter.
There is a time to make a choice. And I never should doubt the option of making choices even when that seems impossible.