the hands show the way of the heart

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The power of intentions

On
May 22, 2018


Sempre que eu começo algo há um fio condutor que me leva de volta às minhas próprias margens – os tais limites às vezes desconhecidos que perante o novo se desfazem e me deixam assim meio que sem chão.

O fio condutor chama-se: intenção.

Qual é a minha intenção, no trabalho, na vida, enquanto mãe e mulher? 
Essas intenções vão-se co-criando com a realidade, na justa medida em que ela se desenrola. E por vezes dissipam-se. Por cansaço, desconforto, raiva, frustração, impaciência.

Eu volto então às minhas intenções de cada vez que as esqueço. Porque é precisamente nesses momentos que elas têm maior poder.

Todas as intenções servem o seu propósito maior quando o caos se manifesta.
A mãe que eu gostaria de ser, as crenças que tenho em relação ao meu trabalho, a mulher que Sou, formam um grande novelo de contradições e desafios. Para achar a luz eu recorro a essa estrutura forte – o Sentir que me levou a fazer cada coisa de uma determinada forma.

Eu não acredito que façamos as coisas só por fazer. Acredito que muitas vezes fazemos as coisas sem perceber porque é que as fazemos. Apenas porque nessas alturas a emoção estava talvez mais presente do que a intenção.
Com isto não quero dizer que as emoções não devam ter lugar para ser expressas. O que quero dizer é que, acredito, quando tenho uma intenção, tudo se desenrola para lhe dar espaço. Quando a vida se apresenta diferente daquilo que idealizei eu posso sintonizar novamente com essa energia. Que é a energia da minha alma. Do meu caminho.

A intenção nunca deixa que eu me sinta perdida. Apenas preciso de ser capaz de voltar a ela precisamente quando começo a não saber para que lado me virar.

Quais são as intenções que te guiam?
O que é que te faz regressar a ti mesma(o)?
E o que é que acontece quando as emoções tomam controlo?
Tenho muita curiosidade em saber e aprender com a tua experiência.
Muito obrigada! :)

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Whenever I start something new there is a thread that leads me back to my own margins - those sometimes unknown boundaries that in face of something new break down and take me to the ground.

This guiding thread is called: intention.

What is my intention, at work, in life, as mother and wife?
These intentions are in constant co-creation with reality, just as it unfolds. And sometimes they dissipate. Out of tiredness, discomfort, anger, frustration, impatience.

I return to my intentions every time I forget them. Because it is precisely in these moments that they have greater power.

All intentions serve their greater purpose when chaos manifests.
The mother I would like to be, the beliefs I have about my job, the woman I am, form a great tangle of contradictions and challenges. To find the light I turn to this strong structure - the Feeling that made me do everything in a certain way.

I don't believe we do things just for the purpose of doing them. I think we often do things without understanding why we do them. Just because sometimes the emotion is more present than the intention.
By this I do not mean that emotions shouldn't be expressed. What I mean is, I believe when I have an intention, everything unfolds to give it space. When life presents itself differently from what I have idealized, I can attune to that energy again. That is the energy of my soul. Of the path I have chosen.

The intention never lets me feel lost. I just need to be able to get back to it precisely when I do not know which way to turn.

What are the intentions that guide you?
What makes you come back to yourself?
And what happens when emotions take over?
I am very curious to know and learn from your experience.
Thank you! :)

Autoridade vs valor igual

On
May 22, 2018

Photo found at @Magic in the mundane

Numa conversa com a minha mãe percebi que aquilo que terá guiado a minha mãe no passado parece ser bastante diferente daquilo que me guia a mim neste preciso momento.

E foi importante para mim ter clareza, nesta viagem da maternidade, do que é que me guia exactamente. Para que direção eu quero ir. Apesar de toda a bagagem que trago dos meus pais, avós, tios e tias e até amigos.

Hoje eu sei que como mãe a minha intenção é ser porto de abrigo.

Eu não quero preparar a Eva para a vida porque eu não sei o que é que a vida Dela lhe reserva. Eu não quero educá-la com rigidez e autoridade porque quero que a minha relação com ela seja flexível, tolerante, compassiva, aberta.
Como mãe eu quero ser capaz de relacionar-me e conectar-me com a minha filha. Quero que possamos aprender a comunicar. Quero que ela seja exactamente a pessoa que ela tiver que ser. E que eu possa ser também exactamente a pessoa que sou. Quero construir respeito mútuo respeitando-a e aprendendo com ela.

A Eva tem o mesmo valor que eu.
O que ela pensa e sente e quer tem o mesmo valor que aquilo que eu penso, sinto e quero.

Por isso, o que eu posso dar-lhe neste momento em que ela ainda precisa tanto de atenção e de cuidado é proporcionar-lhe liberdade com direção. De forma a que ela possa entender e expressar o que quer mesmo que queira coisas muito diferentes de mim.

Por estas razões, quando alguém me diz: "ela não pode fazer só o que ela quer." eu tenho reais dificuldades em entender o que isso quererá dizer...
E questiono-me, será que quer dizer que ela deve fazer o que eu quero? 

Consequentemente é importante parar para pensar:
Para que é que isso me serviria? 
Será que se eu tivesse mais autoridade eu me sentiria mais forte e mais capaz? 
E ela, como se sentiria? 
Que tipo de adulto ela será se eu me preocupar mais em levar a água ao meu moinho do que em perceber o que está vivo e pulsante dentro dela?

A Mikaela Oven costuma perguntar: queremos que os nossos filhos sejam adultos obedientes? Ou queremos que eles tenham opiniões próprias e sentido crítico?

Um dia a minha filha vai crescer e vai continuar a precisar de mim de vez enquando tal como eu preciso dos meus pais ainda tantas vezes. Que bom será que ela nunca duvide que eu sou Mãe dela para sempre. Que a aceito sem julgamento, chantagens, manipulações. Que lhe digo que Não apenas quando não posso realmente dizer que Sim. Que sou capaz de lhe pedir desculpas e de a abraçar mesmo quando me zango... porque me apercebo que nem todas as vezes que me zango estou zangada com ela.

Na prática do dia-a-dia eu perco muitas vezes o norte e perco muitas vezes a paciência e já gritei muitas vezes e disse que não muitas vezes quando podia largar a situação e dizer "sim". No entanto, é bom saber o que me guia. É bom ter uma intenção!
E isto é uma tomada de consciência diária. Um trabalho constante para toda a vida que eu desejo fazer com ela e comigo mesma.

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In a conversation with my mother I noticed that what has guided my mother in the past seems to be quite different from what guides me at this very moment.

And it was important for me to be clear, on this trip of motherhood, of what exactly guides me. In what direction I want to go. Despite all the luggage I bring from my parents, grandparents, uncles and aunts and even friends.

Today I know that as a mother my intention is to be a safe haven.

I do not want to prepare Eva for life because I do not know what Life she is supposed to live. I do not want to educate her with rigidity and authority because I want my relationship with her to be flexible, tolerant, compassionate, open.
As a mother I want to be able to relate to and connect with my daughter. I want us to learn how to communicate. I want her to be exactly the person she needs to be. And that I may also be exactly the person I am. I want to build mutual respect by respecting her and learning from it.

Eva has the same value as a person as me.
What she thinks and feels and wants has the same value as what I think, feel and want.

So what I can give her at this time when she still needs both attention and care is to provide her freedom with direction. So that she can understand and express what she wants even if she wants things that are very different from what I want.

For these reasons, when someone tells me, "she can not do only what she wants." I really struggle to understand what this means ...
And I wonder, does it mean that she should do what I want?

Consequently it is important to stop and think:
What would that serve me for?
Could it be that if I had more authority, I would feel stronger and more capable?
And how would she feel with this?
What kind of an adult will she be if I worry more about being right than observe what is alive inside her?

Mikaela Oven often asks: Do we want our children to be obedient adults? Or do we want them to have their own opinions and critical sense?

One day my daughter will grow up and will continue to need once in a while as I need my parents yet so many times. How good it will be that she never doubts that I am her Mother forever. That I accept her without judgment, blackmail, manipulations. That I tell her No only when I really can not say Yes. That I will apologize and hug her even when I get angry ... because I realize that not every time I get angry I'm angry with her.

In day-to-day practice I often miss out on this and often loose my patience. I had screamed at her many times and said No many times when I could just let things go and say "yes." However, it is good to know what guides me. It's good to have an intention!
And this is a daily awareness. A constant work for all my life that I wish to do with her and with myself.

Amar

On
May 04, 2018





Amar!

A-Mar.

Que até parece que diz: "Vamos todos ao Mar". Vamos todos atravessar as águas!

E na água não há limite. Não há pé. Não há tábua de salvação para nos agarrarmos. 

Pode-se tudo! Não se pode nada. (Não se pode mesmo nada.) 

Prefiro que não me falem sobre regras quando me falam de amor.


Sobre razões!


Sobre apego ou desapego. 

Sobre Dever. 

Sobre Precisar de Ser de uma determinada forma ou feitio. 

Eu acredito que se ama ou não se ama. Ou estamos prontos para entrar no mar alto ou não. 

E quando entramos no mar alto, é certo que temos de estar prontos para perder tudo.

Mas então aprendemos que os significados das palavras também são construídos por milhões de anos. Por milhões de histórias. Pela família, pela tradição, pela internet.

Que perder tudo afinal pode ser Ganhar Tudo. Ficar vazio, pode ser ficar cheio…

Amar é tudo o que quisermos que isso seja! 

Eu constrúo o significado das palavras que uso. 
Hoje, é esta a minha oração. 

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Partilhei este texto há algum tempo atrás.


Eu e o Bruno atravessámos muitos mares e muitas marés para estarmos aqui, no lugar onde estamos.

5 anos depois de começarmos, continuamos a por muita coisa em causa sempre que há conflitos de partir pedra. Continuamos a questionar o que sentimos quando outras coisas nos apaixonam ou quando estamos cansados e sem esperança no nosso caminho juntos.

Não é ideal. Não é perfeito.
Mas é um dia de cada vez. Vivido com consciência e presença.
E sim, isso é muito bonito!

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To love (In portuguese we say AMAR and if we separate the first letter "A" from "mar" we have a different meaning. "Mar" means sea!)

It seems like we are saying "Lets all go to the sea".

Lets all cross the waters.

In the water there's no boundaries. We can't touch the ground. There's no escape board that we can hang to.

We can everything. We can't nothing. (nothing at all).

I rather not to listen to rules when we talk about love.


Or reasons!

About attachement or detachment.

About duty.

About Needing to Be someway.

I believe that we love or we don't love. We are ready to get in the ocean or we are not.

And when we are at the deep ocean is certain that we must be ready to loose everything.

There we learn that the meaning of words are also defined by millions of years. Millions of stories. By family, tradition and also the internet.

Loosing everything can be earning everything. To be empty can be to be full...

Love is everything we want it to be!

I build the meaning of the words I use.
Today this is my prayer.

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I shared this text a while ago.

Me and Bruno went through many seas and ties to be here where we are now.

5 years after we started we still put everything in check every time we have a hard conflict. We still question what we feel when other things catch our eye or when we are tired and hopeless about our path together.

It's not ideal. It's not perfect.
But is one day after another. Lived with consciousness and presence.
And Yes, that is very beautiful!