Para mim o Natal é perceber o que quer nascer. O que quer viver. E o que é estar vivo.
Indo ou não ao encontro de outros. Estando só ou acompanhado. A oportunidade de criar é sempre nossa.
Ao sentar-me numa mesa cheia sinto simbolicamente as necessidades que tive oportunidade de preencher. E isso faz-me sentir agradecida porque com mais ou menos dificuldade fiz o meu trabalho e esse trabalho deu frutos. Mas o melhor presente este ano foi ter aprendido a ficar mais em paz com a "mesa vazia". O espaço que contempla possibilidades sem fim.
Fazer muito com pouco é uma arte que tenho vindo a aprimorar.
Acho que sempre tive em mim a capacidade de olhar beleza e recursos onde outras pessoas vêem escassez, lixo, coisas feias. Talvez porque tento não ficar presa a construções ou identificações demasiado fixas sobre as coisas. Quero descobrir o que é cada coisa na sua forma essencial, profunda, íntima.
Os finais de ano trazem-me sempre uma sensação estranha de solidão. Recapitulo espontaneamente o ano que passou. Aquilo que marcou mais uma passagem por este mundo.
Mas como diz a Marlee Grace: "YOU DO NOT HAVE 2 REFLECT OR PLAN. You can go your own way... I’d really like to just have today. I want to just be in today, pay attention to today, and have fun today."
Os planos são mapas. Mas acho que nunca fiz nenhuma viagem com o mapa na mão. (Está sempre guardado dentro da mala.)
Então, a minha única reflexão importante para este ano é só esta: quero mesmo continuar a nutrir esse prestar atenção ao hoje. Ao agora. O resto vai-se desvelando com o caminho.
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