Normalizemos o descanso. Normalizemos a necessidade de repousar, que é como quem diz: de não fazer nada.
Porque no nada também se encontra muita coisa.
É como uma afinação. Uma ordem que se repõe internamente mas que também sustenta o que está fora - enquanto dormimos ou descansamos, o mundo descansa.
"Even sleeping (Nidra) is a way of self-replenishment.
Once the Emperor of Persia asked his Sufi teacher, "What can I best do to recover and renew my soul?"
"My Lord, sleep as long as you can," came the reply.
"What do you mean? I can't neglect my duties! I have justice to deliver, ambassadors to receive, taxes to determine – so much work to do, I have no time to sleep," said the Emperor.
"But my Lord, the longer your sleep, the less you will oppress!" was the Sufi master's blunt reply.
Much of the time when we are active we oppress other people and damage the earth, which damages our souls.
...
The antidote to this overworked society is to recognize the value of sleeping as a spiritual practice. Sleep makes beautiful dreams possible. During dreaming the soul renews itself."
Satish Kumar * You are therefore I am
A cultura do medo de não fazer nada parece ter-se instalado de tal forma que o pensamento que martela sem parar quando só apetece dormir uma sesta é o do tempo que se vai perder. Daquilo que vai estar à espera, independentemente de o fazer agora ou mais tarde.
Quando é que estar descansado passou a ser um privilégio?
Pousar o corpo é pousar a cabeça também. É deixar que as coisas se arrumem sozinhas sem querer controlar tudo o tempo todo. Não estou a dizer que o trabalho pára ou que as responsabilidades param. Mas neste momento o que observo é que a cabeça nunca acalma. Como se descansar desse culpa.
E não é preciso!
Normalizemos que é ok pousar o peso do dia, das máscaras, das armaduras, dos super poderes, do querer ser melhor que o outro, da sensação de não se conseguir fazer isto ou aquilo. Esse não conseguir pesa tanto e vale tão pouco… estamos todos aqui. Só por existirmos, já vencemos!
Sei lá de quanto tempo é o meu contrato com a vida. Não será importante respeitar-me enquanto cá ando?!
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