“Às vezes a palavra é a única ação possível.”
Por trás dos meus quereres e dos meus desejos ajo com cautela e paciência. Porque sei que a minha intenção é respeitar o silêncio, o ritmo, a disponibilidade possível em cada momento.
Há momentos em que tento não interferir, nem com palavras. Porque aposto na continuidade - no que pode ser. E para o que puder ser poder acontecer de facto, isto é necessário. Ficar quieta. Aquietar a mente. Aquietar a constante necessidade de agir sobre as coisas. Aplicar essa energia em práticas que me alimentam e libertam.
Não há segredos. Eu viajo nesse espaço vazio que vai criando ondas e se vai reflectindo naquilo que sou.
O que o outro não manifesta. O que a vida não desenrola. O que fica por acontecer…
Nos silêncios inexplicáveis é como se existisse um pedido de equilíbrio que reverbera incessantemente - move-te, vai ao teu encontro, como é que estás a acontecer? O que está vivo dentro de ti? O que é que não podes parar?
Então danço, durmo, teço, leio, ouço, cozinho, aspiro, cuido, limpo, imagino, salto, liberto, canto, escrevo, rio, choro, converso, interpreto, exploro, abro, valorizo, valido, amo.
Foi esse o convite que decidi aceitar. E surpreendo-me a cada reencontro comigo mesma.
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