the hands show the way of the heart

Aprendizagens sobre o amor não correspondendido

| On
October 29, 2023

Photo Lieve Tobback

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Amar pede uma coragem. De acreditar que, apesar de todas as histórias que correram mal, é possível que seja desta que corra bem. 

Mas nem sempre a aprendizagem do amor vem através da experiência do amor. 

Vou aprendendo que sentir-me amada não está dependente de mais ninguém. (Se me aceito, nada pode alterar os meus sentimentos por mim própria.) 

E nessa aceitação ganho liberdades. 
Para fazer coisas que o outro pode achar menos interessantes. 
Para ser exagerada. 
Para não ser perfeita. 

Dou-me espaço. 

Faço o que tenho a fazer, alinhada comigo e com o que sei e sinto que preciso de fazer, a cada instante. 
A minha única expectativa é ser honesta. É manter-me honesta - porque nessa honestidade não há erros. 

Todo o amor que tenho que ter por mim. 
Um amor de primavera, mais ou menos como se intitulou a minha filha quando lhe disse que ela era um presente - “um presente de verão“, disse ela, porque nasceu a 25 de julho. 
São camadas de desconfiança que se desmancham. 
A desconfiança de não ser digna, de não merecer, de não ter direito ao amor. 

A cada dia, reconhecer que estou aqui apenas porque sou amada - não é nada fácil. É como largar a pele que conheço para deixar nascer uma nova. 

Mas afirmo para mim mesma, a cada dia, esta crença profunda de que sou amada, mesmo que o meu amor não seja retribuído - nem como, nem quando espero. Ou por quem espero. 

Busco ter o coração ao alto. 
(Para viver em paz, é preciso fazer as pazes.) 

Ser só um sítio de passagem não é uma coisa assim tão má.
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