{Julia Toro}
Sábado.
Primeiro dia de mutirão na Comunidade do Mangue Seco.
A Natasha tinha-me pedido para me envolver no grupo socio-económico e ajudar a desenvolver a marca da cooperativa de artesãs. Juntei-me a esse grupo de forma renitente, já que mão-na-massa não significa fazer coisas em que somos mais competentes ou talentosos, mas sobretudo, ir para onde a vontade puxa.
E não seguir o meu desejo de me juntar ao grupo socio-ambiental foi-se revelando, ao longo do dia, bastante difícil.
Explicando...
O plano do dia era desenvolver uma marca, um blog e fomentar alguns workshops que visavam a partilha de conhecimentos... nossos e da comunidade.
Fomos bater à porta de cada uma das mulheres interessadas no projecto. Organizámos com algumas delas uma reunião. Acordámos alguns nomes para a associação. Fizemos um mini-estudo de mercado para ter um nome final. Distribuímos tarefas. Começámos o blog. Tentámos motivar as pessoas para participarem nos workshops e começarem assim a entender o caminho criativo que queriam seguir. E, quando demos por isso, as mulheres tinham desaparecido e os nossos workshops só tinham crianças.
Nunca me tinha acontecido estar a trabalhar com clientes cuja vontade de ter um produto final é absolutamente nula.
Parece-me, agora que penso nisso, que isso se deve talvez a um descrédito nelas mesmas e naquilo que o futuro lhes reserva. Mas para mim, que me apetecia era fazer algum trabalho braçal e pôr o cérebro em formol durante estes dois dias, foi uma experiência absolutamente desesperante... ver o desânimo dos meus colegas de grupo, aperceber-me da falta de compromisso e de empenho das pessoas da comunidade, ter durante todo o dia o sentimento de não entender exactamente o que estava ali a fazer... foi muito frustrante.
Sei sobre mim mesma uma coisa entre muitas.
Gosto de sentir que aquilo que faço gera algo material, gera um impacto e emoções.
Gosto de construir coisas com as minhas mãos e com a minha imaginação.
Gosto de conseguir ver, no final do dia, produção... trabalho... coisas.
Não fiz nada disso. E apesar de no final do dia termos conseguido encontrar-nos com as mulheres e conversar com elas seriamente sobre "futuro", não gosto nada de sentir que estou a forçar ou a influenciar as pessoas para algo. Eu acredito na responsabilidade. Acredito no poder que cada um tem dentro de si para fazer coisas acontecer. Acredito na acção.
Sábado.
Primeiro dia de mutirão na Comunidade do Mangue Seco.
A Natasha tinha-me pedido para me envolver no grupo socio-económico e ajudar a desenvolver a marca da cooperativa de artesãs. Juntei-me a esse grupo de forma renitente, já que mão-na-massa não significa fazer coisas em que somos mais competentes ou talentosos, mas sobretudo, ir para onde a vontade puxa.
E não seguir o meu desejo de me juntar ao grupo socio-ambiental foi-se revelando, ao longo do dia, bastante difícil.
Explicando...
O plano do dia era desenvolver uma marca, um blog e fomentar alguns workshops que visavam a partilha de conhecimentos... nossos e da comunidade.
Fomos bater à porta de cada uma das mulheres interessadas no projecto. Organizámos com algumas delas uma reunião. Acordámos alguns nomes para a associação. Fizemos um mini-estudo de mercado para ter um nome final. Distribuímos tarefas. Começámos o blog. Tentámos motivar as pessoas para participarem nos workshops e começarem assim a entender o caminho criativo que queriam seguir. E, quando demos por isso, as mulheres tinham desaparecido e os nossos workshops só tinham crianças.
Nunca me tinha acontecido estar a trabalhar com clientes cuja vontade de ter um produto final é absolutamente nula.
Parece-me, agora que penso nisso, que isso se deve talvez a um descrédito nelas mesmas e naquilo que o futuro lhes reserva. Mas para mim, que me apetecia era fazer algum trabalho braçal e pôr o cérebro em formol durante estes dois dias, foi uma experiência absolutamente desesperante... ver o desânimo dos meus colegas de grupo, aperceber-me da falta de compromisso e de empenho das pessoas da comunidade, ter durante todo o dia o sentimento de não entender exactamente o que estava ali a fazer... foi muito frustrante.
Sei sobre mim mesma uma coisa entre muitas.
Gosto de sentir que aquilo que faço gera algo material, gera um impacto e emoções.
Gosto de construir coisas com as minhas mãos e com a minha imaginação.
Gosto de conseguir ver, no final do dia, produção... trabalho... coisas.
Não fiz nada disso. E apesar de no final do dia termos conseguido encontrar-nos com as mulheres e conversar com elas seriamente sobre "futuro", não gosto nada de sentir que estou a forçar ou a influenciar as pessoas para algo. Eu acredito na responsabilidade. Acredito no poder que cada um tem dentro de si para fazer coisas acontecer. Acredito na acção.
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