A Natasha pediu-me para colocar o primeiro verso deste poema no seu convite de casamento.
Tenho um fascínio muito grande por Vinicius, por isso, não podia deixar de partilhar convosco este maravilhoso "Soneto de Fidelidade".
Vale a pena interpretar parte a parte e entender toda a profundidade que ele contém, porque, Vinicius não era um homem fiel, era sim e sempre — e isso está bem presente no documentário sobre a sua vida — um homem que amava apaixonadamente as mulheres e a vida. Então, acho lindo que ele expresse tão bem e tão "fielmente" esse amor. Ele é fiel a ele mesmo. Será que há alguma coisa mais importante que isto!?
A mim não me interessa nada quanto tempo é que dura uma relação. As relações não precisam de ter prazo, nem validade. Têm sim, de ter uma história. Essa história pode durar um dia, uma semana, 3 meses ou uma vida inteira. Como é claro, acho maravilhoso observar velhinhos de mão dada na rua. Fico emocionada a pensar que eles não foram como os pinguins — descobri há algum tempo que as fêmeas pinguins são infiéis aos "maridos" porque alguns machos, para as chantagearem, roubam as pedras dos ninhos das crias e só as devolvem em troca de favores sexuais —. (O mundo é um lugar violento.)
Enfim... quando olho para um casal que está junto há muitos anos limito-me a idealizar a relação que tiveram e a imaginar apenas a parte romântica, mas Vinicius tem toda a razão, o que importa é que seja infinito enquanto dure e que, enquanto dure, de todas as coisas, permaneça o encanto, o zelo e a absoluta vivência de cada vão momento.
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
— Vinícius de Moraes —
Tenho um fascínio muito grande por Vinicius, por isso, não podia deixar de partilhar convosco este maravilhoso "Soneto de Fidelidade".
Vale a pena interpretar parte a parte e entender toda a profundidade que ele contém, porque, Vinicius não era um homem fiel, era sim e sempre — e isso está bem presente no documentário sobre a sua vida — um homem que amava apaixonadamente as mulheres e a vida. Então, acho lindo que ele expresse tão bem e tão "fielmente" esse amor. Ele é fiel a ele mesmo. Será que há alguma coisa mais importante que isto!?
A mim não me interessa nada quanto tempo é que dura uma relação. As relações não precisam de ter prazo, nem validade. Têm sim, de ter uma história. Essa história pode durar um dia, uma semana, 3 meses ou uma vida inteira. Como é claro, acho maravilhoso observar velhinhos de mão dada na rua. Fico emocionada a pensar que eles não foram como os pinguins — descobri há algum tempo que as fêmeas pinguins são infiéis aos "maridos" porque alguns machos, para as chantagearem, roubam as pedras dos ninhos das crias e só as devolvem em troca de favores sexuais —. (O mundo é um lugar violento.)
Enfim... quando olho para um casal que está junto há muitos anos limito-me a idealizar a relação que tiveram e a imaginar apenas a parte romântica, mas Vinicius tem toda a razão, o que importa é que seja infinito enquanto dure e que, enquanto dure, de todas as coisas, permaneça o encanto, o zelo e a absoluta vivência de cada vão momento.
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
— Vinícius de Moraes —