the hands show the way of the heart

Very High

| On
October 17, 2010

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Hoje apanhei um taxi até casa. O taxista chamava-se João. O João era um miúdo bonito, simpático e discreto. Tinha uns 18 aninhos. Parecia um bébé. Com cara de criança e olhar de criança.

Quando ia a pagar percebi que só tinha 50 reais. Ele não tinha troco. Fiquei aflita, dei várias sugestões. Mas acabámos por combinar que lhe ligaria amanhã para lhe pagar.

Pedi-lhe o número de telefone. E ele escreveu tão devagar... os números e o nome... tão devagar. Fiquei a pensar: esta criança não sabe quase escrever. E fiquei tão triste. Por tudo. Pela humildade dele. Pela generosidade de confiar em mim sem nunca me ter visto antes...

Não sei bem porquê, mas a generosidade alheia, é uma coisa que me deixa sempre tão surpreendida... tão desconcertada.
Sei que deveria ser ao contrário, que deveria deixar-me feliz, mas a verdade é que me angustia. Porque fico a pensar: o que é que acontece com pessoas assim tão boas?! O que é que a vida lhes faz? Será que recebem recompensas? Será que vão poder continuar a confiar nos outros sem saírem defraudadas?

Fico preocupada.

Imagino que o principal propósito de viver seja aprender, mais do que ser feliz. (caso contrário, seria tudo muito mais fácil para toda a gente). Mas gostava tanto que houvesse uma espécie de selecção natural, e que as pessoas boas tivessem automaticamente vidas felizes.
9 comments on "Very High"
  1. Pois é no nosso dia a dia, já nos habituámos a ver pessoas más em demasia, quando nos aparece um ser iluminado que não tem medo de confiar, até é estranho. Aconteceu-me isso a mim e à Monikita quando a Fernanda do Teatro da Trindade nos abordou e disse que tinha gostado tanto de nós que queria oferecer convites. Ficámos abismadas com tanta generosidade, mas ficámos muito felizes por existirem pessoas como ela. A Elisabete diz que eu trabalho em rede para manter os Amigos, devíamos trabalhar também para dar a conhecer as pessoas boas.
    Beijinhos, fazes-me falta.

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  2. Tens razão, devíamos mesmo. Não sei como é que isso se faz, mas é importante falar delas, reconhecer-lhes os talentos, motivá-las, para elas nunca deixarem de ser boas :) Beijos Aninha, também me fazes mta falta.

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  3. Olha que história tão boa. Se o mundo fosse inteiramente povoado de pessoas assim, imaginem onde é que nós estaríamos hoje! Obrigado pelo post. Beijinhos Andreia!

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  4. Bem realmente é para ficares preocupada! Até parece ficção! Não parece verdade, nem aqui em Portugal quanto mais no Brasil com tanta coisa que se ouve falar! Mas dá para pensar - Afinal ainda há boa gente! É bonito!

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  5. Pois é Andreia
    Não é generalizado, mas a bondade e inocência ainda existe, e quando nos deparamos com exemplos, temos mais é que nos maravilhar!
    Parabens pelo teu blog.

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  6. Podemos ser como o João. Não o fazemos por acharmos que somos considerados fracos, ou tomados por parvos quando é exactamente o contrário.
    É importante percebemos que quem escolhe somos nós e responsabilizarmos-nos por essa escolha. Deixarmos de preocuparmos-nos com os outros são ou fazem e perceber que eles não são as nossas limitações mas nós mesmos.

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  7. Sim. Sou uma pessoa que acredita sempre nos outros, mesmo que me desaponte, quase sempre tenho muitas surpresas boas. Acho que é uma força... acreditar sempre :)

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